quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Poema "Coração da Areia"



Coração da Areia

Autor: Lucio Lauro B Massafferri Salles



Na franja do mar deixei pegadas n'areia.
Meu coração deseducado do nunca correu quando pé molhou.
Nova intimidade é trecho de susto. Costuma ir na boca, coração.
Toque de grão difere de mar, mesmo misturados.
Imagino o primeiro a se fazer em fôrma-pé.
Franja de ilha é casamento. Um não fica sem o outro, um minutinho sequer.
Basta cunhar água que tudo se dissolve. Se descolassem, ilha não era.
Em sendo ali, cortejo de oceano, areia é donzela.
Sempre branca. Branquinha.
Casa de branco? Casa, sim. E mar de azul.
Peixe ignora essas coisas.
Só beija borda e volta. Bobo não é.
Bala de peixe é anzol, de vez em quando pula um.
Num há pôr-de-sol mais puro que o da ilha.
As puridades compõem o espírito.
Seduz as ostras.
Danada rebelião de mariscos.


Lucio Lauro M Salles

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